Do oposto
Da luz
eu prefiro o escuro
que é quando tremulamente as nossas bocas se encontram
Do escuro
eu prefiro o teu corpo, tuas mãos e cabelos, e as unhas passando levemente pelas minhas costas
De tudo
eu prefiro o que aparentemente é nada
o que freneticamente se manifesta
Da esquizofrenia
eu prefiro uma voz suave e medrosa
o sussurro ao pé do ouvido arrepiando a alma
Do sim
eu prefiro a negação falha
aquela que cede de vez em quando e se repete sempre
Da cama
eu prefiro o colchão e os lençóis limpos
que é quando a gente bebe, deita e conversa sobre a vida
e sem querer, queremos. Tudo.