DESFOLHAMENTO

Há sempre uma interpretação unilateral quando se põe emoção à escrita.

Nem sempre o que se sente é o que se vive, nem sempre o visível é exatamente o que se vê para aquele que se propõe a descrever e transcrever o sentimento.

Derrama-se lirismo sem o ser, são apenas personagens vividos e moldados para cada cena interpretada.

Já fui um pouco de tudo nesse palco poético, vivi entre fantasias e realidades, entre atores protagonistas e coadjuvantes, entre plateia e palco, entre poesia e poesia, entre falas e silêncios...

No momento sinto, desnudo-me no meu personagem real, vivo entre certezas e dúvidas, carrego e exalto o meu lirismo, desfolho-me em palavras sonoras e inaudíveis dentro e fora do meu contexto.

Exponho ideias como num enredo de uma composição literária.

Leia-me na minha superficialidade e profundidade, na minha ignorância e sabedoria, na minha infantilidade e maturidade.

Leia-me nas entrelinhas...

É sempre possível perder-se ou encontrar-se, é sempre possível ser passivo de erros e acertos, é sempre possível desvendar um pouco do enigma desenho de mim.

Só não tente me entender, apenas me aceite.

JP22022013

* Não tenho certeza se esse texto se enquadra nessa categoria de Prosa, mas foi aqui que resolvi inseri-lo.

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 22/02/2013
Reeditado em 24/02/2013
Código do texto: T4154396
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