Conspiração

Conspiro contra o amor negado!

Pois que ele habitará as casas vazias, virá em solidão, feito em tristesa, como o moinho que não moe o grão da felicidade!

Conspiro contra a indiferença que ele trás no olhar vazio, no olhar sem lágrimas. Coisa qualquer que seja alegria!

Conspiro contra o mal que ele faz!

Embora tenha a boca faminta, não se alimenta, e não alimenta bocas, nem braços, nem sonhos. Não promove a essência da vida!

Na calada da noite, conspiro com as mulheres que dividem seu leito, para que o amor se faça e remoce o amanhecer, o corpo saciado, o espirito livre!

Conspiro com os homens libertos, de coração limpo e alma santificada!

Na multidão conspiro, no campo em flor conspiro, nos lugares sagrados, conspiro!

O amor foi feito para ser disperso sem algemas e sem lei. Livre de obstáculos, como a ventania, que sacode arvores e arranca as sementes, e espalha, para fecundar a terra!