Meu querido diário...
 
Hoje senti vontade de percorrer tuas folhas,
tentar entender em que momento deixei de ser-me
Senti vontade de viajar em tuas linhas de doçura
e dentre os reflexos que me partiram...
 
- Nostálgico esse desfolhar-me -

Mas eu bem sei, estive lá em todas as letras,

nos fulgores que desnortearam meus sentidos...
 
... Então vi tantos sonhos desenhados nas garatujas,
rascunhos em poeiras de estrelas,
passos emudecidos em carências que apenas tu conhecias
 
Vi meus espelhos, os mesmos que me fizeram peregrina
e os mesmos que me fizeram cativa - quedada em sentimentos -
 
Dos olhos cálidos deslizaram chuvas mornas
no instante em que as linhas me acariciaram com os versos teus
Palavras que nunca emergiram de minha alma,
beijos que se sonharam além das quimeras...
 
Estremeci ao sentir os lábios tão próximos, atados em carinhos...
Tuas mãos de guerreiro me segurando firme,
entrelaçando as almas, tecendo fios dourados sobre nossas auras...
 
Encontrei-me... docemente lapidada nos caminhos de tua íris...
na pronúncia dos teus lábios viris que sussurrraram:  te amo...
 
Fechei os olhos como n'um sono doce
e naveguei no teu querer-me...
      beijei tua alvura... tua ternura...                                        
                                               
      ... beijei essa saudade...

 
Denise Matos
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 22/02/2013
Reeditado em 22/02/2013
Código do texto: T4154002
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