DA ALMA GRANDE
Carlos Sena
O poeta já nos disse que “tudo vale a pena se a alma não for pequena”... Até aí tudo bem, porque aos poetas lhes é dado, ao nascer, o dom de ver o mundo com cores próprias e específicas guiadas pela sensibilidade do viver. Mais que do viver, do sentir. O que entorna um pouco desse “CALDO” é mensura o tamanho da alma. Tamanho de alma nos parece com cheiro de barata. A gente nunca cheirou barata, mas sabe que “aquele” cheiro é o seu! Parece mesmo que há coisas entre o céu e a terra que a nossa vã filosofia não alcança! E que bom que ela não alcança, mas nos leva a mergulhar na vida pelo ofício da dúvida e da certeza. Certeza de que estamos vivos; dúvidas se, em estando vivo, quisermos ter certeza dos nossos destinos, da existência de Deus, de outras vidas pós-morte, etc.; certezas pela necessidade de viver intensamente entre os dois: dúvidas e certezas.
Por isso talvez a questão da alma ter que ser grande para que tudo valha a pena nos joga no campo da fertilidade filosófica do ser e do sentir. Na verdade valer a pena é um contexto complexo: implica perdas e ganhos e até quando há mais perdas do que ganhos, pode alguma coisa ter valido a pena. Porque dentro de nós o que vale é o valor que nós atribuímos aos valores que “autorizamos” permanecer como tal. Os valores lá de fora são mera perfumaria, porque a essência está dentro, naquilo que cada um consegue introjetar como forma de viver e ser feliz com sua alma grande para poder valer a pena... O melhor da alma grande é que ninguém a vê. Só cada um sabe do tamanho da sua alma, porque coração continua sendo “terra que ninguém anda”... Nesse entra e sai de conceitos e filosofias, podemos ser práticos. Dificilmente pessoas que vivem com mau humor constante, que não acha graça na chuva, que não aprecia um por de sol, que não gosta de beijar na boca, que com tudo se incomoda, que não sabe ser resiliente com a vida, que fala mal da chuva e quando vem o sol também fala dele, etc., tem alma grande. A alma grande se refaz em si e inteira: perdoando, amando o semelhante, não negociando dignidade por causa sem justeza, correndo riscos em função de objetivos maiores, etc. Da alma pequena? Não sei. Talvez as profundezas dos infernos se rejubilem ao receber esses portadores dela. Infelizmente a gente vive mais rodeada de almas sebosas (pequenas) do que de almas airosas (grandes), leves, cristalinas...
Carlos Sena
O poeta já nos disse que “tudo vale a pena se a alma não for pequena”... Até aí tudo bem, porque aos poetas lhes é dado, ao nascer, o dom de ver o mundo com cores próprias e específicas guiadas pela sensibilidade do viver. Mais que do viver, do sentir. O que entorna um pouco desse “CALDO” é mensura o tamanho da alma. Tamanho de alma nos parece com cheiro de barata. A gente nunca cheirou barata, mas sabe que “aquele” cheiro é o seu! Parece mesmo que há coisas entre o céu e a terra que a nossa vã filosofia não alcança! E que bom que ela não alcança, mas nos leva a mergulhar na vida pelo ofício da dúvida e da certeza. Certeza de que estamos vivos; dúvidas se, em estando vivo, quisermos ter certeza dos nossos destinos, da existência de Deus, de outras vidas pós-morte, etc.; certezas pela necessidade de viver intensamente entre os dois: dúvidas e certezas.
Por isso talvez a questão da alma ter que ser grande para que tudo valha a pena nos joga no campo da fertilidade filosófica do ser e do sentir. Na verdade valer a pena é um contexto complexo: implica perdas e ganhos e até quando há mais perdas do que ganhos, pode alguma coisa ter valido a pena. Porque dentro de nós o que vale é o valor que nós atribuímos aos valores que “autorizamos” permanecer como tal. Os valores lá de fora são mera perfumaria, porque a essência está dentro, naquilo que cada um consegue introjetar como forma de viver e ser feliz com sua alma grande para poder valer a pena... O melhor da alma grande é que ninguém a vê. Só cada um sabe do tamanho da sua alma, porque coração continua sendo “terra que ninguém anda”... Nesse entra e sai de conceitos e filosofias, podemos ser práticos. Dificilmente pessoas que vivem com mau humor constante, que não acha graça na chuva, que não aprecia um por de sol, que não gosta de beijar na boca, que com tudo se incomoda, que não sabe ser resiliente com a vida, que fala mal da chuva e quando vem o sol também fala dele, etc., tem alma grande. A alma grande se refaz em si e inteira: perdoando, amando o semelhante, não negociando dignidade por causa sem justeza, correndo riscos em função de objetivos maiores, etc. Da alma pequena? Não sei. Talvez as profundezas dos infernos se rejubilem ao receber esses portadores dela. Infelizmente a gente vive mais rodeada de almas sebosas (pequenas) do que de almas airosas (grandes), leves, cristalinas...