Paz e Pena

De nenhum moribundo preciso para se agraciar com o que escrevo

De nenhuma fúfia imagem necessitam minhas descoladas retinas a profanar diabólicas vestes com insígnias de prata

De quantas formas se arquiteta um verso?

Versos não são arquitetados

Nem construídos são!

São embalos sãos, pura insanidade

Ao bem da verdade, paralisam a verde escória que juntamos enquanto vivemos.

De nenhuma alma impura que nem se rege nem se extingue, eu hei de ter apreço em minha subida ao pasto

De nada, vale a vida ingênua sem o expectador

Mas para que?

Tenho a maravilha da arte e uma mente cálida, triste o suficiente para pôr a sorrir a chuva triste, para se emaranhar a dor.

Versos tais são amores fórmicos, velozes vozes veladas

Por vezo, abstraem-se e se estarrecem em colinas de luxo

Mergulham em cárpicas canções e se suicidam ao penar do vazio.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 16/03/2007
Código do texto: T415080
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