Viagem na bruma
Alguém sussurrou, ainda existe o irrevogável.
Aproveitamo-lo que paira no ar uma alma nova
e há sementes que ninguém sabe plantar.
Ganhou então sentido a face da inocência.
Tinha a emoção difícil do seu lugar do passado,
que nos disse que o sagrado e a alegria
voltem a dar as mãos em seus jardins proféticos,
verdes e abençoadas raízes nossas.
Que a brisa as anuncie e a nossa ansiedade,
a fundura destes abismos onde dormem
sonhos e pressentimentos,
secretos rebentos de sândalo.
Não podemos mais alimentar ódio.
Nem mais morte do que vida, disse um viajante
alguém acenando e pondo-se a caminho,
para ainda em dor ir
de madrugada
cantar na bruma e varrer o desespero.
Fechar os olhos, seria selar o mundo
E o mundo nos chama ...
No delírio do Triunfo.
Diana Enriquez
(Um obrigado muito especial a todos os recantistas
que me tem enviado e-mails no privado.)