Ciúmes
Ó flôr dos tempos distintos
Que ilumina a memória
E faz bailar o coração
Luz dos lampiões de gáz
Clarão da estrela guia
No dia que te concebí mulher
Parí um sonho incomodado
Das cismas de mim mesmo
Quem és tu afinal
E quem te escreveu no meu caminho?
Te imaginei como uma dama em tempos idos
Com as canções de equilibrar no vento
Feita de antigas bailarinas
E de odores e encantamentos
Entre abismos e vestais!
Agora o teu poema me angustia!
E por ser claro e por ser noite
Eu quero amanhecer em tí
Só para anoitecer de novo
Com a tua lâmina entre os meus dentes
E os meus punhais cruzando os teus
Pretendo aprisionar-me em tí
Por mais que a eternidade
Em lugares feitos
Eleitos prá nós dois!