PROCURO-ME !
Estou cansando de me reencontrar e de me perder de novo.
De recolher os pedaços que deixo pelo caminho.
Eles já não se encaixam; apenas se acumulam em meio ao
meu lixo.
Sinto-me assim, então, desarticulado e mal cheiroso.
Rezo e a Deus entrego essa minha sofreguidão.
Mas a vida teima em me habitar e um trecho por
caminhar,
Ainda resta o que fazer, o que percorrer e o que
terminar.
Volto aqui, ao mais recôndito dos meus lugares – à
minha escrita !
Salpico essas letras em um branco que já me traduz
qualquer paz,
Repito o verbo e como qualquer solitário, busco
inspiração.
É o meu dia que começa com as mesmas feições do
anterior.
Mais azedo, mais ácido e, desperadamente, na
contramão!
Quem me ajudar possa, deixo aqui esta requisição...
Preciso recuperar o meu fôlego, o meu senso de
direção.
Sou caucasiano, meio forte, meio fraco – caminhar claudicante.
Não será difícil me acharem embora como eu, hajam
pares.
Muitos, contudo, não anunciam o seu estado... de
espírito !
Entre o Céu e a Terra, n’algum canto é onde me
encontro.
Quero ser achado para me rever, me corrigir e depois,
morrer.
Não; não é depressão – não é tristeza ... é mesmo introspecção
!
Quem me achar e comigo quiser ficar, eu aviso...
Não aceito devolução !