Black Eyes Again
E ela senta junto a mim como se não soubesse. Sabe. Sabe o quanto a olho pelos cantos dos olhos, deliciando-me com sua presença divina para mim. Prazer que me inebria e consola.
Sente o meu olhar sobre sua nuca descoberta por sua vontade de prender os cabelos que estavam lindos do jeito que estavam. Mas ela tinha que prendê-los pra me enlouquecer. E florescer a minha vontade de beijá-la. (Essa nuca).
E assim o tempo passa.
Brinca comigo o tempo todo. Com meu desejo, com minha paixão. Faz-se de inocente, escapando de todas as formas das armadilhas sutis de amor que eu coloco para pegá-la. Como uma enguia esperta está sempre atenta para cada nova jogada que eu faça.
Não me quer, mas tem a minha alma. Sabe que já a tem, mas não quer larga-la mesmo sabendo que já pode. Já a usou demais, mas gosta de fazer-me sofrer. Se apraz.
No seu íntimo, precisa disso para se fortalecer como mulher, mas esquecendo-se que sou um homem (e não só alma), faz-me sofrer as agruras dessa louca paixão que ela pensa impossível para nós dois.
E eu, como um imbecil desvairado, perdido nesse redemoinho, misto de prazer e dor, êxtase divino que ela me proporciona, sigo todos os dias fora de mim, mas dentro dela e só entro na real quando por algum motivo não estou pensando nela, coisa difícil de acontecer...
01/13