Então eu desisto!
Já que tudo conspira para isto, eu desisto!
Não vou mais falar de amor, do amor, com amor.
Como tanto se espera finalmente, eu desisto!
E não mais insisto. Não resisto em me entregar assim,
Cansado, derrotado, amargurado, angustiado,
Desenganado, desacreditado e desesperado,
Desesperado de amor. Que horror! Drástico!
Fantástico, um poeta que não mais espera,
Que não quer mais saber do amor e suas cenas.
E não quero mais esperar quem não vem,
Não quero mais esperar ver o que o amor não tem
Nem o que ou quem que não sabe também a falta que faz
Todo o amor, algum amor, qualquer amor a quem não tem...
Desisto de todo amor que não tive, este que nunca sobrevive,
Este que não existe, que não se inventa, que não subsiste,
Desisto de todo amor que não vi, de todo amor que não vivi...
E fico a ver navios com meu olhar perdido no cais
Navios que vão para bem distante e não voltam nunca mais,
Que se perdem tão facilmente em meus tolos sonhos de mar
Ou nos meus mais assombrados pesadelos de poder ainda voar
Mesmo que voar seja sempre assim sem ter onde pousar.
Desisto de insistir, de sentir, de consentir, de não mentir,
Desisto de todo amor quando tudo que há haverá de partir
E quando tudo o que parte haverá de passar assim,
Como passa todo amor depois de acabar...
Então eu desisto de lhe merecer.
Você que não merece que eu lhe mereça tanto.
E desisto de lhe querer,
Você que parece não querer que eu lhe queira tanto.
E desisto de lhe amar,
Você que parece não amar a idéia de eu lhe amar tanto.
Desisto de todo o este amor,
Mesmo que todo este amor seja possível ou necessário,
Ou mesmo o contrário...
E não espere mais de mim aquelas belas palavras,
Justamente as minhas, estas assim tão cansadas,
Tão despercebidamente desacreditadas,
Todas aquelas palavras sepultadas no abismo,
No fundo de um silêncio tão aterrador,
Onde pousa todo o voo que é voo de amor...
Desisto e deixo todo amor aos tolos ou aos loucos,
A esses tão poucos que ainda crêem nos sonhos
E que ainda sonham e esperam e não se desesperam
E aprendem depressa a esperar esse desespero terminar.
Já que tudo conspira para isto, eu desisto!
Não vou mais falar de amor, do amor, com amor.
Como tanto se espera finalmente, eu desisto!
E não mais insisto. Não resisto em me entregar assim,
Cansado, derrotado, amargurado, angustiado,
Desenganado, desacreditado e desesperado,
Desesperado de amor. Que horror! Drástico!
Fantástico, um poeta que não mais espera,
Que não quer mais saber do amor e suas cenas.
E não quero mais esperar quem não vem,
Não quero mais esperar ver o que o amor não tem
Nem o que ou quem que não sabe também a falta que faz
Todo o amor, algum amor, qualquer amor a quem não tem...
Desisto de todo amor que não tive, este que nunca sobrevive,
Este que não existe, que não se inventa, que não subsiste,
Desisto de todo amor que não vi, de todo amor que não vivi...
E fico a ver navios com meu olhar perdido no cais
Navios que vão para bem distante e não voltam nunca mais,
Que se perdem tão facilmente em meus tolos sonhos de mar
Ou nos meus mais assombrados pesadelos de poder ainda voar
Mesmo que voar seja sempre assim sem ter onde pousar.
Desisto de insistir, de sentir, de consentir, de não mentir,
Desisto de todo amor quando tudo que há haverá de partir
E quando tudo o que parte haverá de passar assim,
Como passa todo amor depois de acabar...
Então eu desisto de lhe merecer.
Você que não merece que eu lhe mereça tanto.
E desisto de lhe querer,
Você que parece não querer que eu lhe queira tanto.
E desisto de lhe amar,
Você que parece não amar a idéia de eu lhe amar tanto.
Desisto de todo o este amor,
Mesmo que todo este amor seja possível ou necessário,
Ou mesmo o contrário...
E não espere mais de mim aquelas belas palavras,
Justamente as minhas, estas assim tão cansadas,
Tão despercebidamente desacreditadas,
Todas aquelas palavras sepultadas no abismo,
No fundo de um silêncio tão aterrador,
Onde pousa todo o voo que é voo de amor...
Desisto e deixo todo amor aos tolos ou aos loucos,
A esses tão poucos que ainda crêem nos sonhos
E que ainda sonham e esperam e não se desesperam
E aprendem depressa a esperar esse desespero terminar.