Desmiolada
Estou oca sabendo que aquilo que me poderia preencher reside noutro local, noutra pessoa, noutro espaço temporal. noutr’alma, além do meu alcance, noutro corpo longe daqui. Por qual razão meu recheio se desgrudou de mim? E onde é que foi parar? Onde é este lugar? Onde é que estou? Quem foi que me parou? Eu seguia, lembro que sim, seguia meu caminho sem ver fim, eu seguia caminhando, ora correndo, não: me arrastando, agora lembro. Há vento no meu rosto, mesmo parada, mesmo fechada. Será que vai voltar? Eu lembro que existia alguma coisa, então deve estar nalgum lugar.