Eterno
E como poderia eu negar o desejo da carne? Como poderia eu negar os desejos mais profundos de um coração tolo? Ah, não havia como rejeitar tamanha vontade, tamanho fervor... Não tinha como negar, não tinha. Mas eu deveria ter percebido que estava apenas afogando-me naquele mar de lembranças decadentes e melancólicas. " O que sóis vós? " Escutei meu próprio âmbar falando, gritando... Clamando. " O que sóis? " repetira a pergunta cuja resposta deveria estar tão afogada em meu desespero quanto eu." O que sóis? " Nada. Relutei a admitir. Nada. O que queria dizer se não esta palavra simplista e sem sentido? Nada. Ouvi-me responder. A voz escoou para dentro, para o vazio. Escondeu-se de mim, do mundo, de tudo... Afogada, me pus a relutar. Uma ultima vez. Uma única vez. Uma chance... E que o escarlate encharque cada vida, tornando-a um pouco mais “colorida”. Que o vento... Ah o vento... Tranquilize mais um coração juvenil. E no mar de ilusões eu me perco. Cercada por aquela nostalgia contagiante e melancólica eu descanso. E ao me túmulo eu renasço novamente. E novamente... Quantas vezes mais forem necessárias.