ESCALADA
No topo da montanha
Sentindo o aroma do ar puro...
Permitimo-nos a olhar para trás
Como quem tem o desejo de escalar
Um novo mundo...
Diante de tal visão
Das marcas que deixamos ao chão...
Agradecemos a todos aqueles
Que nos guiaram nessa direção...
Nada seria possível
Se não fossem as ventanias
Que nos tiraram do chão
Na busca de melhores dias...
Foi preciso as noites calmas
Para acalantar nossa alma
Que implorava por um cadinho de colo
Mesmo que não tivesse colchão...
E o escaldante sol
Que queimou nossas peles
Aqueceram a existência
Para que desejasse-mos o inverno...
E dos frios das invernadas
Que congelaram nossa carne...
Lembrávamos das manhas ensolaradas
Que de camisa aberta ao peito
Corríamos pela vida
Como se o viver não tivesse defeito...
E das manhas de cada dia
Que surgia aos primeiros raios de luz
Cantava-nos em vozes brandas,
Quem madruga cedo produz...
E quando entardecia,
Debruçados na janela
Vinha a brisa da noite
Encher-nos de nostalgia...
Em forma de saudade,
Do tempo que não voltará jamais...
Fica a certeza que o que vem adiante
É o que vai ficar pra trás...
E assim nessa escalada
Ao chegar ao topo da montanha...
Vem um desejo de voltar
E iniciar outra vez,
Essa façanha...
Mas agora bem mais claro
Do que queremos
E do que somos capazes.
Iniciamos outra jornada!
Albertina Chraim