A marra de Narciso
Jorge Luiz da Silva Alves
(montagem sobre imagem de Antoine Hilbert)
Jorge Luiz da Silva Alves
(montagem sobre imagem de Antoine Hilbert)
Gostava de você quando não eras um rótulo; um soberbo obelisco fincado na alameda em observância a títulos e posses, marras e poses. Gostava de você naqueles distantes tempos em que você se gostava; quando gostavas de banana com sucrilho na tigela e não de sorvete holandês com calda de pêssego na travessa – paladar de mata-fome e não de culinária televisiva. Satisfazíamos nossas fomes num prosaico saboroso, sem acrobacias jactanciosas ou carinhos oportunos em rapapés regados a falsidade. Gostava de teu odor e não do teu perfume; de tuas gafes e não dos teus feitos; da intimidade anônima e não das exclusividades publicanas.
Bom: gostava de você com simplicidade. Mas aí, a marra chegou, né?
E como não gosto deste clone mal ajambrado que socialmente possuiu-te, reaprendi a gostar de mim. E quer saber...
...é excitante a carreira-solo!
http://www.jorgeluiz.prosaeverso.net
Bom: gostava de você com simplicidade. Mas aí, a marra chegou, né?
E como não gosto deste clone mal ajambrado que socialmente possuiu-te, reaprendi a gostar de mim. E quer saber...
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