Prosa

Dos doentes por amor;

restaram apenas amores doentes.

Quem deseja a lua,

assim como quem deseja as estrelas.

Tentativas de arrancar o punhal em vão;

não se desencrava do âmago

o veneno fatal de amar;

e mesmo que o arranque

se ferirá ainda mais com a lâmina.

E seu coração rendado de dores

irá sangrar eternamente, lentamente...

mesmo que só o plasma.

Mesmo que você estanque a ferida

a morte estará lá,

tragando o cigarro da culpa;

acendido com a chama que nunca brilhou;

soprando em ti a fumaça da condenação.

Sempre de semblante sarcástico;

obliqua e dissimulada.

Disfarçando a tristeza nos risos insanos;

escondendo a dor contida na ironia.

Aos poucos as prosas ficam inúteis;

a conversa de poeta, sem sentido

tanto barulho acerca

e dentro tão vazio, tão oco.

Aos poucos as poesias vão ficando velhas

e os corações, mais secos do que nunca

... secos de tanto chorar.

Exorcista
Enviado por Exorcista em 04/02/2013
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