Prosa
Dos doentes por amor;
restaram apenas amores doentes.
Quem deseja a lua,
assim como quem deseja as estrelas.
Tentativas de arrancar o punhal em vão;
não se desencrava do âmago
o veneno fatal de amar;
e mesmo que o arranque
se ferirá ainda mais com a lâmina.
E seu coração rendado de dores
irá sangrar eternamente, lentamente...
mesmo que só o plasma.
Mesmo que você estanque a ferida
a morte estará lá,
tragando o cigarro da culpa;
acendido com a chama que nunca brilhou;
soprando em ti a fumaça da condenação.
Sempre de semblante sarcástico;
obliqua e dissimulada.
Disfarçando a tristeza nos risos insanos;
escondendo a dor contida na ironia.
Aos poucos as prosas ficam inúteis;
a conversa de poeta, sem sentido
tanto barulho acerca
e dentro tão vazio, tão oco.
Aos poucos as poesias vão ficando velhas
e os corações, mais secos do que nunca
... secos de tanto chorar.