Sem rumo
É estranho como o tempo passa tão rápido. Antes de ontem eu me preocupava com as bonecas, ontem com o namoradinho, e hoje, hoje eu me preocupo com tudo. Agora eu possuo o controle da minha vida. Antes eu andava no banco traseiro, só observando curiosa, aprendendo atenta -ou não- às coisa; agora eu sou a motorista, e querendo ou não isso exige-me cautela, pois não sou a única no mundo -existe um mundo a minha volta. Como qualquer jovem pensei que seria fácil, mas me enganei... e como me enganei. É como cair desprevenido na rua. Você fecha os olhos e é uma criança, quando abre já é adulto. Hora de colocar em prática tudo aquilo que meus pais me ensinaram anos a fio.
Cair desprevenido machuca, você não cogita a possibilidade de um menor impacto, cogita talvez uma estratégia, mas sem dúvidas estará machucado. A partir daí aprendemos a nos dar com as consequências dessas quedas, sendo elas sérias ou não.
Dá um medo, eu sei; mas faz parte. Uma hora todos precisamos crescer, temos que nos desprender do passado. Não digo esquecê-lo, mas sim deixá-lo para trás, pois afinal é passado. Traga-o para o presente somente por motivos fortes, ou por boas lembranças; não se encaixando nesses, deixe-o lá atras, se martirizar porque se tudo já se foi e mudar será impossível?! Não dá. Estou ainda nessa fase de desapego, de mudança, de ganhar maturidade e de medo. Tenho muito medo, confesso. Já estou com a minha vida nas mãos, no entanto estou parada. Não sei que direção tomar, não sei escolher, não sei para onde ir e o que me tornar. Estou indo sem roteiros, sem planos e sem perspectivas; quem sabe posso me surpreender com uma bela caminhada... é só o que espero. Se não for boa? Bom, terei que me virar sozinha e não me deixar abalar por uma desilusão, embora isso seja tão fácil quanto ser hipócrita nesse mundo.
Estou seguindo, ao mesmo tempo parada; o tempo corre contra mim, e eu? Eu não sei de nada...