OS POMBOS, COMO NÓS
Parei para olhar os pombos pousados no asfalto.
Um, dois, três, quatro, cinco.
Estavam a bicar milhos
caídos da carga descuidada de um caminhão.
De repente o automóvel. Pum!
Voaram... apenas quatro.
Um ficou para sempre estendido no chão,
debaixo do carro.
Que pena!
Fiquei a imaginar se os outros
sentirão sua falta...
Talvez sim, talvez não.
É como as pessoas. Vêm e vão.
Ficam na lembrança apenas,
até se desfazerem devagar
no redemoinho implacável do tempo!