Será que todo homem é igual?
Ele era bonito, jovem, forte, alto, de cabelos castanhos e olhos profundos. Simpático com todo mundo. O que era seu defeito mais imundo.
Começou a namorar, para esquecer aquela que não estava mais lá. Sempre simpático (e bonito) não foi difícil a nova namorada por ele se apaixonar.
Ele sentia-se fraco por não conseguir falar o que sentia. A palavra quando ia ser dita, não saía.
E quando namorar já era uma zona de conforto, cômodo, ia ele levando com a barriga.
Claro que o corpo não aguenta tais mentiras. E as doenças somáticas eram quase que rotina em sua vida.
Um dia não aguentou, falou tudo, e terminou. A namorada, apaixonada, parou de comer, emagreceu, adoeceu, surtou. A mãe dela junto ao menino chegou e implorou:
-Volte com ela. – E ele voltou.
E por um bom tempo com a barriga, mais uma vez, ele levou.
Outro dia não resistiu, viu a ex-namorada e com ela saiu.
E no telefone com a atual, na frente da antiga, falou como se nada tivesse acontecido, sempre simpático e carinhoso. Um mentiroso. Chamou a namorada de amor, querida, linda.
Desligou o telefone e logo se explicou:
- Não consigo ser frio.
A ex, claro, quase riu.
Como uma irmã mais velha a moça o advertiu:
- Esse seu jeito ainda irá fazer-te mal.
Mas venhamos e convenhamos, um mentiroso como era o tal, não poderia estar mentindo para a ex (agora amante), afinal?
Foram embora, e o simpático, menino, bonito e mentiroso continuou sua vida em mais um dia medíocre e canseiroso.
E me pergunto agora sabendo dessa história:
- Será que todo homem é igual?