O autista, o sol e a saudade
silvania mendonça almeida margarida
Quantos brilhos irradiam o sol!
Ninguém sabe!
Só se sabe que ele brilha como estrela que é
Vinte e quatro horas por dia
Se existe noite triste ou alegre
A culpa não é do astro rei
A culpa é do planeta e se rodopia em rotação
Para poder aprender a dicotomia da vida
A saudade é assim
Quantas tristezas se medem uma saudade
Ninguém sabe!
Só se sabe que ela tenta brilhar na escuridão ou na luz
À espera de alguém
Ou de algo que se perdeu
A culpa não é da saudade
A culpa são das pessoas que partiram e deixaram para trás
A dicotomia da solidão
Quantas ilusões do autista feneceram
Ninguém sabe! Ninguém nunca ousa saber!
O autista é abandonado, vilipendiado!
Tratado como um ser sem evolução
Que incomoda e que traz nas mentes atrasadas
Desilusões e mais desilusões
A culpa não é do autista
A culpa são das pessoas que nunca viveram a dádiva de conviver com o autismo
A dicotomia do não entendimento se faz presente nos corações inertes
E assim, o sol brilha na alma do autista e ele diz ao sol
Brilhe mais! Ilumine mais o meu coração feliz!
Sou feliz ao meu modo sem medo de errar
E assim, a saudade transmite na alma do autista e ele diz à saudade
Vá embora, mas fique por perto quando eu precisar
Sentirei saudades de amigos que valorizaram na minha caminhada perfeita
O autismo não tem culpas frente ao sol e à saudade
O autismo não tem medo de ser um colibri e um beija-flor
Que beija a saudade e sente intensa energia frente ao Sol!
Afinal! O autista entende a dicotomia da vida!
Coisa que os ditos normais (não gosto desta palavra)
Precisam aprender para ter paz...