Amaldiçoada Donzela
E por onde ela passa tragédia enluta
E bebe-se da cicuta até o fim da taça
E que se faça do amor profundo
Que nesse mundo não há de se ver
E da doçura do sorriso dela
Enamora-se a multidão que da amarga desgraça desfruta
E os passos e atos sutis que a ela parecem
A todos enlouquecem e eclode o ódio e a vingança
E hão de presenciar a beleza dos feitos da desgraçada donzela
E da boca da multidão derrama mais uma gota do fatal veneno
E da moça ora Aaba ora Serafim
Há de sorrir enfim quando mais uma guerra se encerrar
Que da solidão e angústia faz sua morada
E ela, inda altiva, ela, inda o olha sereno
Faz da dor refúgio e consolo
E transforma em força ao Amor e Caridade
E dizer-lhe-ão da idade pouca que possui
Ela que ainda influi tão complexos sentimentos
Tamanha carga é incabível à donzela tão singela
Pequenina de tudo, guarda segredos e tormentas do mundo
E dentro de um coração profundo abrange todas as almas
E o céu de estrelas se veste e faz os anjos regozijar
Quando a moça em sua prece deseja a todos curar.