Dilacerado

Houveram-me tantos motivos a chorar, no entanto mantive-me firme, não tão quão as rochas, porém, alicerçado quanto o mar.

Quem pudera dizer que um homem tão rústico aos olhos alheios pudesse quebrar?

Quebrou!

E quando notou: Seus cacos já estavam perdidos em veredas desconhecidas, junto ao pedaço do seu peito que o carregaram quando o dilaceraram.

Houveram-me tanto motivos a te amar, no entanto, todos foram aproveitados, não tão quão as estrelas, porém, tão quanto à lua.

Quem dissera que a vida tem o mesmo valor quando não se olha ao céu?

Ninguém!

Pois o luar entrega-nos os caminhos perdidos do peito e, mesmo que não encontremos saberemos que todos serão iluminados quando os olhos não puderem enxergar.

Sávio Soares
Enviado por Sávio Soares em 27/01/2013
Código do texto: T4108014
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