Da gramática, o amor.

Ela nasceu linda, saudável e esperta. Possuía todo carinho que era digno dela, pelos poros, pelo riso. Tudo que ouvia era: Bravo! Maravilha! Pelos pais, o nome dela seria amor.

Foi crescendo e começando a mostrar uma personalidade única, forte e determinada. Caía e levantava sem chorar, e quando não conseguia teimava até finalmente vencer desde os simples obstáculos até os maiores e mais sólidos.

Ficou adulta. Dona do próprio nariz. Se sustentava, se mandava , se arcava. Mas queria mais ...

Foi quando conheceu ele .Pra ela lindo, único. Pra ele , um choque! Tudo que ele mais abominava no mundo existia nela, a começar pela independência e a audácia, mas sempre que se encontravam , se viam preenchidos de preposições, com você , por você ,Até morrer... Atrás( .) Ficaram juntos querendo ficar pra sempre.

Começaram então os substantivos... Ela olhava torto e dizia: “Toalha”.. e ele tirava,

Ele piscava e dizia : “telefone”. E ela olhava mais torto ainda

Nas discussões, advérbios eram soltos imponentes pra ninguém sair por baixo, acompanhados com expressões bem adjetivas....A gramatica foi ficando tão maçante ...que aí surgiu o silêncio. O tortuoso, irritante, insuportável ,simples e comum silêncio.

Foi aí que começaram a refletir sobre pontuação...começando com reticências...

Priscila Rezende
Enviado por Priscila Rezende em 27/01/2013
Código do texto: T4107530
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