Da gramática, o amor.
Ela nasceu linda, saudável e esperta. Possuía todo carinho que era digno dela, pelos poros, pelo riso. Tudo que ouvia era: Bravo! Maravilha! Pelos pais, o nome dela seria amor.
Foi crescendo e começando a mostrar uma personalidade única, forte e determinada. Caía e levantava sem chorar, e quando não conseguia teimava até finalmente vencer desde os simples obstáculos até os maiores e mais sólidos.
Ficou adulta. Dona do próprio nariz. Se sustentava, se mandava , se arcava. Mas queria mais ...
Foi quando conheceu ele .Pra ela lindo, único. Pra ele , um choque! Tudo que ele mais abominava no mundo existia nela, a começar pela independência e a audácia, mas sempre que se encontravam , se viam preenchidos de preposições, com você , por você ,Até morrer... Atrás( .) Ficaram juntos querendo ficar pra sempre.
Começaram então os substantivos... Ela olhava torto e dizia: “Toalha”.. e ele tirava,
Ele piscava e dizia : “telefone”. E ela olhava mais torto ainda
Nas discussões, advérbios eram soltos imponentes pra ninguém sair por baixo, acompanhados com expressões bem adjetivas....A gramatica foi ficando tão maçante ...que aí surgiu o silêncio. O tortuoso, irritante, insuportável ,simples e comum silêncio.
Foi aí que começaram a refletir sobre pontuação...começando com reticências...