Saliva... a existência!
E ele me diz: _ O tal olhar "cogumelado" não sai do pasto...
Com húmus morno concebo a cama
dos nossos mais loucos sonhos
umidade a sorrir sem apego ao vento
que distrai as folhagens do aconchego.
Teu orvalho macio reluz na noite morna
e tal qual crianças bem amadas
os nossos pés brincam de se esconder
entre as brumas dos dias frios.
Esvai-se a tempestuosa insignificância!
A madrugada sussurra aos meus ouvidos
e chama os sapos, pirilampos, serpentes
para a festa dos mistérios e a
proteção das vestimentas!
Sorrateiramente, moinhos dançam
ao sabor das memórias... ecoam mitos
Ouço a cor da canção nos beirais distantes!
Regurgitamos, saudamos as vidas
que se entrelinham nas outras vidas:
Caos mordendo cosmos num ciclo cosminado!
Haverá futuro no soluço dos nossos dias?
Não importa toda a dor revelada!
Destarte, além dos gemidos, a beleza impera...
mortificada na mais incoerente das pulsões.
A existência verticalizada na história
derrama o fel e a doçura nos espaços ocultos
neutros, caducos, assombrados, distraídos...
E revela o rugido no espelho do abismo
dos paradoxais "desígnios" da comédia humana.