Porto solidão
A plataforma estava vazia,nenhum bilhete para explicar o ocorrido,nenhuma razão que eu pudesse entender seu ato.
O lenço que trazia no bolso serviu-me para enxugar a face,face que não se molharia mais com tanta facilidade.
Estava disposta a endurecer os sentimentos para me tornar mais forte,era a última vez que me fazia sofrer.
Desejei por um instante que o barco retornasse,que voltasse,que se arrependesse,passou...
Apertei bem forte o seu retrato,como se quisesse destruí-lo com as mãos e, mais além, com o pensamento.
Não,eu não podia deixar que um homem me magoasse assim,sentia por mim um imenso carinho,estava disposta a superar.
Enxuguei meu pranto,dei algumas batidinhas em meu rosto,sorri até o siso,levantei a cabeça,e caminhei.