Passos para o primeiro voo

Mal saíra do nascedouro

Pernas trôpegas músculos frágeis

Sequer conseguia o equilibrio do próprio corpo.

Uma vontade incontida de tentar o primeiro voo.

Seria a fase ideal, o momento certo?

Mirou o rumo sem prever o risco e: vrummm...

... poofft. As asas não suportaram.

Tentou outra vez, outras mais, até que:

Sentiu-se enfim nas alturas.

Radiante, plainava sobre a imensidão,

na leveza de um contentamento infindo.

Quão bela a paisagem em plenilúnio,

As montanhas, os rios, os bosques,

tornam-se mais sublimes daquela dimensão.

Seria o prenuncio do Nirvana...?

Mas precisara retornar ao ninho materno,

Ainda era cedo pra arriscar voos tão alto, distantes.

Mamãe coruja, aguarda ansiosa

o retorno da prematura cria,

que por infinitos instantes

imaginara-se emancipada.

São Luis/MA, 21 de janeiro de 2013

josafá bonfim
Enviado por josafá bonfim em 22/01/2013
Código do texto: T4099385
Classificação de conteúdo: seguro