Passos para o primeiro voo
Mal saíra do nascedouro
Pernas trôpegas músculos frágeis
Sequer conseguia o equilibrio do próprio corpo.
Uma vontade incontida de tentar o primeiro voo.
Seria a fase ideal, o momento certo?
Mirou o rumo sem prever o risco e: vrummm...
... poofft. As asas não suportaram.
Tentou outra vez, outras mais, até que:
Sentiu-se enfim nas alturas.
Radiante, plainava sobre a imensidão,
na leveza de um contentamento infindo.
Quão bela a paisagem em plenilúnio,
As montanhas, os rios, os bosques,
tornam-se mais sublimes daquela dimensão.
Seria o prenuncio do Nirvana...?
Mas precisara retornar ao ninho materno,
Ainda era cedo pra arriscar voos tão alto, distantes.
Mamãe coruja, aguarda ansiosa
o retorno da prematura cria,
que por infinitos instantes
imaginara-se emancipada.
São Luis/MA, 21 de janeiro de 2013