POEMA EM CONSTRUÇÃO:
MIRINHA X ERÁCLITO.
A despedida de Alfredo.
Senhora minha muito amada:
Amar é divino, mas ser amado é sublime.
Tu bens sabes minha senhora tanto amada,
Que amar pode ser um quase amar,
Dependendo da ação que o exprime.
Entretanto, ó doce mulher!
A ação expressa em teus olhos,
Faz com que o meu coração sexagenário,
Viva embriagado, cambaleante e aos tropeços.
O teu falar enigmático, impiedosa bruxa,
Faz dos meus grandes sonhos, estranhos grânulos de incompreensão.
Agora, eis me aqui padecendo pelo teu feitiço,
Lentamente adormecendo os risos meus.
Por ser afoito e ter graciosamente invadido a tua vida,
Perdido me encontro neste ermo em merecidas dores.
Abandonado e em silêncio, qual cais na alta madrugada.
A espreita de uma nave cheia de loucos cachos de esperança.
Porém, a eternidade impaciente clama a minha presença.
Exausto vou-me ao encontro do inescrutável.
Cessam os batidos das castanholas, enfim me findo,
E, em meu derradeiro suspiro, reafirmo:
Sim, te amei muito adorada Gardênia!