A BORBOLETA AZUL
Era uma borboleta. Azul.
Vida efêmera, mas vida.
Pousou no galho do pessegueiro em flor
e lá permaneceu.
Fiquei a olhá-la. Belíssima,
em suas cores fortes e ativas
onde predominava o azul.
Nem sei quanto tempo
ela ficou sobre o galho.
Soberba. Com grandes olhos
a observar o mundo ao redor.
Passou o tempo. Esquecí-me dela.
No início da noite, retornei ao quintal
e fui olhar a borboleta.
Não estava no galho.
Procurei-a, e então a vi no chão.
Dezenas de formigas
a estavam carregando
para algum lugar.
Seus olhos já não estavam abertos.
Suas asas vestiam o apagado da morte.
Tão linda e tão efêmera!
Que aperto na alma me deu.
Tive vontade de esmagar as formigas...
mas deixei o cortejo seguir.
Meus olhos se encheram de lágrimas
por causa da borboleta azul!