VIAGEM SEM DESTINO
(Quando a indiferença determina o fim de uma viagem)
Jamais abandonaria o porto do sonho almejado
Se a luz do farol não permanecesse apagada,
Se a luz do olhar não se perdesse na tempestade do mar
E o destino não ficasse acuado
Procurou e não encontrou o brilho para continuar
As indagações não foram replicadas, e foram tantas..
Não recebeu a letra de um só dedo para remar
Era só preciso uma vírgula , um suave som de guarida
Uma expressão bonita de almejar avançar,
Precisava um afago de calma
Era só preciso um toque
Um pequeno aceno em favor da viagem
Aguardou .. e nada recebeu
Não houve esse querer, e afastou as velas
Inseguramente sentiu que o sonho do porto almejado
Já não era mais requisitado pelo destino amado,
Já não se sabe o que é verdade
Todavia a indiferença é um sinal,
Até mesmo prova cabal,
Significando que o destino da viagem não faz sentido continuar,
Com lágrimas condimentou-se ainda mais o mar
Que da tempestade o porto renasça e a arca nunca desista de desejar sobre as águas cristalinas viajar...
Se assim não for que um novo porto se edifique.