Só os deuses morrem!
Há que creia que o homem seja eterno
Assistindo a utopia abissal
Esquecendo a vida no presente
No passado revendo um fruto mal
Deixem o homem viver a vida breve
Não percebem que o eterno é irreal?
Só os deuses suportam a eternidade
Pois não sabem as custas do viver
Não nasceram do barro, da água leve
São de neve e derretem ao vento e ao sal
Não são gente com bílis e um coração
São azedos nos tratos com seus filhos
Renegando a vida à tradição
São tiranos com o próprio mortal
Como deuses se prestam a vil vingança
Nem criança escapa à sua mão.
Sendo o homem vulgar na sua estrada
Como apenas um rumo a escolher
Muitas vezes se perde em labirinto
E do canto não sae para viver.
Evan do Carmo
Brasília 11/03/2007