MONTANHAS AZUIS
Viajo num trem.
Diante meus olhos
desfilam campos apressados,
numa corrida sem retorno
passando, passando, passando...
Lá ao longe,
onde a natureza começa,
fazendo divisa com o céu distante,
infinitamente azul,
surgem as montanhas e formam cadeias
onde colinas verdejantes
descem em vales profundos
com um arbusto aqui, outro acolá
e em meio, pequenos pontos brancos
do gado a pastar.
A brisa passa sibilando palmeiras,
douradas pelo sol
que derrama luz pela vida
por estas estradas afora
que agora vejo pela janela do trem.
A viagem prossegue.
As paisagens desfilam.
Também viajo no tempo
lembrando de toda uma vida
agora diante de mim, através da recordação
e que devagar vai sumindo,
sumindo, sumindo,
indo perder-se lá atrás,
entre montanhas, azuis,
perdidas pelo tempo!