Casa 7
Meu poema tem dono
porque se guia da palavra
abandonado ao desafio,
lançado à sorte ou azar
de rasgá-lo ou guardá-lo
amá-lo ou apagá-lo
como quem passa e só passa
num concerto de troços,
ruínas e quinquilharias
jogados em caixotes.
Tudo tem acre, som,
textura, calor e sabor
de voz velada na poeira,
desfocando a imagem
no ABC de formatura,
da Pietá de Michelangelo,
do tabuleiro de xadrez,
abertos à brincadeira
e fechados aos dados
da saudade rarefeita.
Poema publicado também na página pessoal do autor, Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.com.br).