O trem que parte, não leva a saudade.


Esta tarde está com gosto de lágrima
Eu não entendo , mas não consigo ouvir minha voz.
Eu não sei como se faz isso, acho que me esqueci.
Andei fugindo de mim e estou em crise de abstinência

Eu tinha a sensação que nesses últimos tempos  algo aconteceria.
Mas, parece que eu estou olhando o trem indo embora
e a estação vazia.

Folheio uma revista  antiga e vejo que nela há um tempo parado.
Não fala de passado, muito menos de futuro.

Destino ?   
Só do trem que parte agora...

Minha garganta está árida, quer gritar mas não tem som.
A minha volta, só vejo nuvens de fumaça
e um vulto que segue lento sem olhar pra trás.

Se ao menos a chuva caisse, pra lavar tantas lembranças ...
 Mas nada acontece, nada chega ... Nem ninguém !

O trem da inspiração já está partindo,
Ninguém chegou, ninguém embarcou, nada se moveu...
Nem o vento balançou meus pensamentos.

O eco deste vazio, deixa apenas o sussuro de um adeus
e uma folha seca voando no outono das minhas memórias.

Vou sair daqui, não vou olhar pra trás,
corro o risco de sentir uma lágrima umedecer minha garganta.

E se eu continuar,
pode ser que na ilusão desta fumaça,
eu veja numa frase da revista...

   Me leva com você !








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Texto baseado e inspirado numa conversa com uma pessoa amiga.

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Bryan Adams
Heaven
(esta é a canção)



Charlyane Mirielle
Enviado por Charlyane Mirielle em 10/03/2007
Reeditado em 30/03/2007
Código do texto: T407550