Da Mesma Semente do Amor
O sol se levantou mais cedo e veio brincar (feito menino) no jardim castanho dos seus olhos.Correndo de um para o outro, deixava um rasto luminoso de felicidade, que escorria até sua boca, formando o lago branco do seu sorriso.Um sopro doce de alegria, inflava-te a respiração, colocando música em sua voz.Seus braços (feito dois rios de contentamento) alimentavam de carinhos e gentilezas os gestos meigos que jorravam de suas mãos.Seus cabelos (multiplicando a energia de regozijo por cada fio) coreografavam a dança da liberdade, embalados pela brisa extasiante da manhã.Tudo era bem-aventurança e deleite.Foi quando o ruido áspero da realidade espirrou do relógio; quebrando a redoma de cristal que envolvia aquele sonho maravilhoso.
Agora, acordado, carrego comigo essa lembrança que não se desfaz.Absorvo a seiva viva que pulsa em minha memória; e, com ela, alimento o sentimento que te plantou em meu coração.Desejo...quero...aspiro...peço...procuro pela espada reluzente da fé, que me faça um guerreiro nessa batalha contra o medo e contra o risco de te ver sofrendo.Purifico a lâmina do meu pensamento na grande ternura que sinto por ti; e corto as ramagens de culpa que possam estar entre nós dois.Na fogueira ardente da sua bondade, acendo a minha pequena tocha de boas intenções.E tento iluminar a estrada escura (onde a emoção faz buracos) para que a delicadeza do seu afeto não se machuque, quando estiver caminhando sozinha.Amo-te à distância, com um sentimento diferente do seu (eu sei)mas que não nos torna estranhos, pois provém da mesma semente; do mesmo amor.E, principalmente, oro a Deus para que tudo aquilo que me veio como um sonho noturno, possa romper, radiante, no alvorecer da sua realidade.
2012