Da Mesma Semente do Amor

O sol se levantou mais cedo e veio brincar (feito menino) no jardim castanho dos seus olhos.Correndo de um para o outro, deixava um rasto luminoso de felicidade, que escorria até sua boca, formando o lago branco do seu sorriso.Um sopro doce de alegria, inflava-te a respiração, colocando música em sua voz.Seus braços (feito dois rios de contentamento) alimentavam de carinhos e gentilezas os gestos meigos que jorravam de suas mãos.Seus cabelos (multiplicando a energia de regozijo por cada fio) coreografavam a dança da liberdade, embalados pela brisa extasiante da manhã.Tudo era bem-aventurança e deleite.Foi quando o ruido áspero da realidade espirrou do relógio; quebrando a redoma de cristal que envolvia aquele sonho maravilhoso.

Agora, acordado, carrego comigo essa lembrança que não se desfaz.Absorvo a seiva viva que pulsa em minha memória; e, com ela, alimento o sentimento que te plantou em meu coração.Desejo...quero...aspiro...peço...procuro pela espada reluzente da fé, que me faça um guerreiro nessa batalha contra o medo e contra o risco de te ver sofrendo.Purifico a lâmina do meu pensamento na grande ternura que sinto por ti; e corto as ramagens de culpa que possam estar entre nós dois.Na fogueira ardente da sua bondade, acendo a minha pequena tocha de boas intenções.E tento iluminar a estrada escura (onde a emoção faz buracos) para que a delicadeza do seu afeto não se machuque, quando estiver caminhando sozinha.Amo-te à distância, com um sentimento diferente do seu (eu sei)mas que não nos torna estranhos, pois provém da mesma semente; do mesmo amor.E, principalmente, oro a Deus para que tudo aquilo que me veio como um sonho noturno, possa romper, radiante, no alvorecer da sua realidade.

2012

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 08/01/2013
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