Cada passo um traço, onde está o primeiro?
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Nem os grafados Zocha não consegue contar e os que
se perdem no sismo do horizonte esvaem-se, esfumam-se
ou hachurados reconstroem-se em novos passos. Assim,
toda aranha finita vai alinhavando  as contas infinitas
dos fios que se repetindo em contas únicas nunca se repetem
entre os
desvãos dos dedos, fios que desfeitos os novelos se
codificam em novos e indecifráveis nódulos com suas
partículas que vibram nos átomos  das pedras e iluminam os
passos  cegos dos viajantes....Zocha olha os próprios pés,
pés de barro, barro nos pés, sandálias perdidas,
mira os pontos invisíveis que tremulam sobre as coisas, sobre
o poema dos pés do mundo, sobre o asfalto, tela de mil pés,
o estático silêncio dos pés da mesa , a cadeira de pés redondos,
o ovo que não fica em pé, os pés que se guardam no ovo,
a parede em pé se desfia na teia do tempo......singra a teia pelas manchas do céu, deixa-se
ficar entre pontos, entrelinhas, estendida, entre ponteagudas ripas
de muitos pontos, a linha hachurando corpo da tela...
os pontos se multiplicando, os traços quebrando-se,
requebrando-se, os passos infindam as teias
como peixes alvoroçados recriam a dança...