Quando entrei no teu velório
Enterro tudo que um dia foi.
Se foi.
Cavo o buraco e lá está, com todo o resto.
Eis o cadáver de nossas adolescências.
Eis-me aqui, inertes lágrimas; ao teu lado. Remanesço.
Me enterro e continuo. O vazio nem sempre é tão afresco.
Ele também jáz enterrado, nas catacumbas da alma.
Novamente, permanesço.
Embora esteja, de pronto já fui-me há muito e de longe, aconteço.