A despedida!
Veja moça aquela estrada nela foi minha partida
Na curva mais fechada foi a nossa despedida.
Não foi desesperada não foi o fim da minha vida.
Veja moça aquela mata Eu nela me escondi.
Hoje sequer sei a data do dia que sucumbi.
A saudade vem pela madrugada.
Veja moça aquela lavoura nela eu colhi café
Colhi pepino e cenoura também dei prenda pra sé.
Você é a moça casadoira foi casar com a sua fé.
Eu moço vejo aquela flor que nasceu lá no jardim.
Ela mostra o puro amor que existia só pra mim.
Mostrou-me que o seu desamor foi a causa do meu fim..
Veja moço a macieira com o fruto pendurado.
Ela enfrenta a carpideira como o campo cultivado.
Dizem que foi a primeira a doar fruto ao pecado.
Veja moça aquela rua eu por ela caminhei.
Levando comida crua para quem eu magoei.
Hoje sei que a casa é sua mas com isso concordei.
Veja moça aquela loja Eu ali também comprei.
Entrei nela com a corja e assim nada paguei.
Sei que ali a dor aloja mostra o mau que eu causei.
E por isto você não me quis e contigo não casei.
Veja amigo naquela casa nela mora uma mulher.
Ela comigo arrasa faz de mim o que quiser
Mas a sua vida passa ela só pensa em quem vier.
Veja moço a aliança que está naquela mesa.
Nela pus a esperança De manter a chama acesa
Mas a sua inconstância tirou minha fortaleza.
Veja moço a falsa entrada que existe pro porão.
É passagem disfarçada serviu para você ser fujão.
Veja moço a lamparina Que está sobre o balcão.
Você fez muitas bailarinas Dançar sobre o carvão,
Para muitas deu a sina de calar o coração.
E ainda quer ser dono da minha emoçâo
Veja moço o fiel cão que ficou sem o seu dono.
Ele deu compensação como quem dá um abono
Ele sabe que uma mão irá lhe velar o sono,
Veja moço a solidão de quem anda atrás de vós
Eles vêm da multidão que só traz destino atroz.
Não conhecem a gratidão dos que lhes vêm logo após.
Veja moço o infeliz que antecede à procissão.
Ele não sabe o que diz esqueceu a profissão.
Sua estrada não condiz com o que tem no coração.