Até breve, Ninna Flor
Até breve, Ninna Flor
Chorei...Chorei...Até ficar um nó em mim... Nos lençóis me contorci, amassei, amassei...rasguei, rasguei....Até ficar um nó em mim... Comi as franjas dos tapetes, me entorpeci. Tentando arrancar a nódoa no peito. Me mordi, me belisquei e não acreditei...É vero, estou vivo, por enquanto! Suei frio, arrepios na espinha, calafrios... Chorei, chorei...Até ficar um nó em mim...Não me tranquei no camarim, escondi-me atrás da porta do banheiro...Perdi-me no tempo, que ali fiquei. Quieto, quieto! Paralisado. Debaixo do chuveiro, de joelhos, rezei...Não amputei meus braços, para abraçar-te, não arranquei a língua, para beijar-te. Sussurrei baixinho: Te amo! repetidas vezes. Chorei...Chorei...Até ficar um nó em mim. Faltou-me o ar, respirei fundo e ofegante. Fiquei às avessas, de ponta cabeça, fazendo malabares com a alma em devaneio de saudades...Virei lagartixa, depois rato, depois barata, nunca Flor! Afiei as garras do Falcão com lixas, para não arranhar os desejos...Fui à horta, para plantar teus beijos e nasceram estrelas no pomar. Se fores embora, de mim...Ato-me...Mato-me, aos poucos. Bem-vinda-loucura, da vida sem vida, servida em pratos, em prantos, em-cantos, cânticos em louvação à dor. A vida-póstuma, em rebuliço. Quando amo, sou louco, o amor é cego. Amor da "Virgem Maria". Guardo no peito, todos os versos, que deixarei no Pelô! E na sarjeta, mendigo, vestido em trapos, estarei mendigando por teu carinho, com as mãos abertas, às migalhas e moedas, implorando pela volta do meu amor. Chorando...Chorando...Se não voltares, morrerei de dor. tony \vadiko.
Versos, deixado na página de Ninna Flor,
ontem...quando participou-me sua saída do Recanto das Letras.
Tony Bahia, 27\12\2012