Empresto minha voz ao silêncio
e os meus pés ao inimaginável vazio.
Os passos de meus caminhos são palavras
com que traço poemas por entre as estrelas.
E a canção do mundo é um choro noturno,
do nascimento de um velho quando morre a criança.
Mas o velho nunca nasce, ele apenas esquece.
E a criança nunca morre, ela só não mais se lembra
da voz emprestada ao silêncio
e dos passos dados no vazio,
dos poemas perdidos entre as estrelas,
do caminho todo ainda não trilhado,
da vida, do amor e da poesia.
E pensa ainda que a canção do mundo
é só um choro noturno...

(Em Tatuí-SP)
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 24/12/2012
Reeditado em 25/04/2021
Código do texto: T4051534
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