BOAS NOVAS

Quem com a lança lança-se

sobre o indefeso e frágil ventre

Não enobrece tal dinastia

que supõe ele o mais puro representante

Todavia encoberto com felpuldas vestes,

risonho avança e deixa sangue por onde passa

Quem sois súcios senhores,

que avançam e comandam exércitos

e deixam sangue por onde passam

Nações dizimadas

Velhices interrompidas

Infâncias abortadas

Quem sois, bravos assassinos

que avançam e deixam sangue por onde passam

Que o pão negado,

seja ele conquistado e farto

Que a lavoura se abunde

sobre mesas e mais mesas

Que a água límpida e cristalina

sacie a sede e jorre de cachoeiras

lindas como a menina em noite de festa

Quem sois senhores bufões,

gordos e porcos senhores bufões

Não tardará o dia está próximo

e saberão que chegou a hora

A hora do grito libertador