Diamantes
Final de ano. Vem com ele a abertura do salão da recordação.
Quanta lembrança à alma carrega em seu embornal. Aparentes pedras brilhantes,cacos de vidros...não! São diamantes disfarçados. Cujo brilho lembra a caminhada.A companhia de muitas almas.
Criam vida essa pedras lembrando muitos finais de ano do passado. Traz o cheiro da infância,da natureza,pés de laranjas,a fruta chupada na jabuticabeira,Enxurrada de águas limpas,pés descalços a seguir a trilha.
Risos de outros tempos, misturados tecem brilhos de tantas existências. Sonhos,crenças,essências.
Todos esses diamantes formando uma linha no tecido da existência. Trago costurado na alma suas influencias.Linhas coloridas,sem cor,bem arrematadas no todo que eu sou.
Essa nostalgia que me invade e a responsabilidade que me assola. Não me deixa esquecer que sou parte de todos que comigo caminharam e eles quando partiram levaram uma parte de mim.Tecendo eu agora em outras vidas com todas as linhas misturadas a minha.Vou marcando minha passagem.Que daqui a um tempo nem será lembrada.A única coisa que permanece é a Terra,uma geração vai outra vem.Esse é nosso quinhão nessa Terra.
Privilegiados seres que recebem a honra de escolher sua forma de caminhar. Bendito Deus que não nos criou para morrer.Creio na eternidade,no reencontro.Somos seres tão perfeitos que não conseguimos reproduzir em laboratório nosso cérebro.E nem explicar nossos sentimentos.Pó volta ao pó e a alma volta ao Criador.
Porem vivos no embornal que nossos companheiros carregam... voltamos nos nossos descendentes. Mistérios de Deus...