Culpa, Gratidão e Esperança.

A única forma de se mudar um destino é através do amor.

Quando todos os planos apontam certeiros os caminhos,

de súbito sopra um vento sorrateiro,

avassalador,

que nos derruba de nossos ninhos.

Do aconchego das certezas.

Quebra nossas asas,

para que em seus lugares,

surjam outros pares de maior beleza.

É o vulcão que arrasa vez ou outra,

deixando marcas, obrigando a reconstrução.

É o furacão indomável, sem rota.

Pode cravar suas estacas no chão!

Ele ainda assim passa e te capota,

te devolve às origens do que realmente importa,

oferecendo nova visão.

É assim durante toda jornada,

daquele que é abençoado com tal dom.

E entre todas as amadas,

foste o primeiro indício,

o início da caminhada,

o primeiro som vivo do coração.

Foste alívio.

A única norma capaz de salvar um ser é o amor.

E há muito eu sei quem ditou esta lei,

quem tão cedo veio,

abriu seu coração no meio e me salvou.

Talvez duvide,

mas aquelas mãos dadas,

são o quadro primeiro,

nas memórias já desgastadas.

Foi onde tremi por inteiro.

Um ser iluminado,

injetara vida em mim,

pois era amor o seu presente.

Desde então,

assim,

como que se normalmente,

o fez.

Danou-se a me transformar,

declarou seu lugar,

instalou-se de vez,

e ficou.

No entanto, não recontarei nossa história.

Esta é uma declaração.

É também um agradecer, pois somos um só.

Seu sofrimento,

achei em mim,

em outros tempos, diferentes dos teus

e tive dó de mim,

tive dó dos tempos teus,

por te fazer sofrer, sem querer.

Mas aprendi a não carregar, mais que uma dose de culpa,

... machucar quem se ama....

Balbuciava em desculpa.

Então,

virava o copo,

batia na mesa do bar,

olhava pra frente e parava de fazer drama.

Só a gente se entende...

Sempre estivemos acima dos olhares,

e só a gente sabe o que sente.

Hoje o que há em mim,

ecoa em tantos lugares,

rodas às vezes sem rumo,

mas sempre volta e estabelece prumo.

Pousa sobre aquele primeiro quadro,

e se faz aquietação.

Sim,

eu tenho certeza que supera esse mundo,

muito,

é mesma essência e vibração.

Pulsamos na mesma frequência,

embora na aparência,

exista um profundo estado de separação.

Nesta ou noutra história,

o que fica na memória transcende

e não importa o tempo.

Que tempo?

Nosso tempo não é marcado pelas horas

e sei que cedo ou tarde,

sem demora,

nem de repente,

nossas almas encontrarão o agora.

E a união de nossas palmas,

trará a alegria deste presente,

de novo a mim.

Não importa o tempo ausente,

trago na mente a certeza,

que embora torta,

em nossa linha esteja escrita

a beleza e a riqueza,

de um amor sem fim.

Raphael Moura
Enviado por Raphael Moura em 20/12/2012
Reeditado em 26/12/2012
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