chega
Chega!
Chega!
Meus olhos estão cheios de lágrimas,
minha pele não tem mais o mesmo sorriso.
Sou um desalinho em corpo de mulher,
separada do trigo,
apartada do joio.
Carrego em meu ventre o vazio
de no mundo caminhar.
As montanhas dentro de mim, são apenas nós,
eu os ato e desato, tanto fez
quando esteve aqui laço mais forte.
Não é escolha destino e razão,
é mentira, mentira .
Não quero mais,
Não quero mais.
Na roda de fogo, no epicentro,
gira sem valor a verdade,
esta esquina escrita em prosa
que todo mundo leu nas entrelinhas.
São cascos vazios que se escondem
esgueira-se nos breus de um vulcão
de meias-sujas verdades.
Ai, quem pudera escrever tudo
num segundo e terceiro ato quem sabe
estariam dispostas em cruz todas elas,
e poderiam escrever e refletir sobre elas,
ainda haveria quem as guardasse para depois
e alguns quem sabe dizer, as vestiriam
calçariam
cavalgariam.
Estiveram dentro de mim por tanto tempo,
que hoje geram-me, em teus ventres duplos
e efêmeros.
Muitas vezes nem me quero ler,
não me sou mais, ginete austero!
Espero teu entardecer na minha janela,
no meu gozo de cascos vazios.
Tânia Gauto
06-03-07