O poeta, só vive.
O poeta vive assustado,
Tentando encontrar respostas
Para aquilo que não há
Se for noite sente medo
Para o dia quer voar.
Acordado não se sente
Não pressente o mundo mau
Descuidado vive à toa
Discutindo um ideal.
Anti-sente a tempestade
No seu próprio coração
Mas não ver a vida simples
Dos que riem sem razão.
Ser poeta é um martírio
Que causa a desilusão
Ser incrédulo, ser sozinho
Nesse mundo de aflição.
Só entende de saudade
Só conhece o umbral
Enquanto caminha escreve
Quando pára se dar mal.
Louco anda zombeteiro
Pelas vias da ilusão
Quer chegar não sabe aonde
Para a estranho dar a mão.
Evan do Carmo
Brasília 07/03/2007