Minhas verdades absolutas e meus desejos incontestáveis
Para mim, tudo é absoluto. Minhas verdades, meus defeitos, meus sorrisos, minhas lágrimas, as alegrias e os temores.
O que pode ser um grande defeito, quando não se vê outros caminhos a trilhar, senão o que eu desenho mentalmente todos os dias de noite, quando me deito e escrevo minha pré-história do dia seguinte. Quando faço meus planos, e penso nas expectativas que eles criarão sobre mim, e nas minhas decepções e frustações e avisos de 'não faça mais isso, Maria' que repito todos os dias de noite...
Já fui mais doce, mais passiva e há quem diga, mais gentil. Talvez fosse a idade, a falta de idade, a falta de responsabilidade e falta de uma cabeça que fizesse algo por mim, apenas. Quem sabe fosse feliz? Ou não fosse infeliz? A felicidade era para o mundo. Eu gostava de sorrir para o mundo e ele pra mim. Contava uma piada, a mais bobinha possível, e eles viam graça. Todos riam. A mente não era tão cheia, minha oficina estava vazia, vai ver era esse o motivo de tantos sorrisos...
Agora eu rio pouco, quando rio, poucos riem comigo, e quando riem, não é da piada. Conto minhas piadas elaboradas e não sabem onde está a graça. Eu rio tanto, rio muito. E eles ficam quietos, até me julgam. Mas meu riso está aqui, sem receio. Eu deveria ter receio em sorrir?