INFORTÚNIO...
Roupas rasgadas
pés no chão frio
Nos dias sentado
nas beiras das calçadas
olhando a multidão
que passa apressada
distraída
a mão estendida
moedas jogadas...
sorriso nos lábios
lágrimas nos olhos
vergonha do pedinte!
Nas noites de frio
na alma o vazio
grande é a solidão
deitado com fome
nos bancos da praça
seu cobertor um jornal!
Mendigando...
triste sina
perambulando pelas ruas
da realidade à loucura
de quem um dia quem sabe
teve sonhos
foi jovem e sadio
abandonado nas sarjetas
nessa altura da vida!
Hoje nem sabe de si
demente ...olhar sombrio
continua vagando
dia após dia
nos caminhos da miséria
e da vida
sem ter futuro
vivendo apenas
o presente...
"Deus o ajude"
e as pessoas passam ao largo
e seguem indiferentes!