Silente.
 
Silêncio. Lê. Sente. Silente.
Sente agora em voz alta, e então?
É uma mera ilusão.
O silêncio é falado na mente.
Calado na gente.
Caído no chão.
Fala. Silêncio. Sente?
É o barulho aparente.
Para dizer sim ou não.
E então ausência.
Escreve e lê. É presente?
Está e por isso faz parte, porém como falta e vão, como não então existente?
E agora saudade.
Escrevo-te, agora te sinto.
Longe. Infinito. Imagem. Miragem.

Desenho-te.
Esboço em esboço.
Clara verdade e ausência.

Silêncio.
Tudo quebrado no chão.
Tudo largado no vão.

Quero-te.
Mas sem saber por quê.
O Silêncio da tua ausência causa-me tormento.
Saudade e barulho e presença de você em mim.
Por isso ela nem existe.
Porque você também não.
É de escrevê-la que há.
Vejo-te.
Por isso não faz sentido.
Só faz, sentindo-se.

Como a lei da gravidade, a certeza da tua invisível presença me faz teu.
Marcorelo
Enviado por Marcorelo em 12/12/2012
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