Resposta a um pedido de namoro

Se ao cerrar os olhos, como se triste, sobre o chão frio da manhã, num suspiro de premeditada tristeza, neles conterei, em rasa, cristalina lâmina de alegria, tua figura. E se ao erguer a cabeça, abrindo os olhos, a todos darei de tua doçura, tua presença, uma vez que de ti estarei tomado. Fugirás, figura, de diante dos meus olhos fechados para o espaço do nada fora de nós. Se andar por corredores cheios de pessoas outras e atrás de mim a sombra e o sopro presente de tua ausência silente estiver, ver-te-ei pelos vazios. Mansamente perseguido de alguma forma acompanhado, percebendo-me cativo de invisíveis amarras. Se verei no meu dia outros ares, outros sons e aromas e deles gozarei o que de bom pudesse dar-te, ficarei sim a coletar borboletas dos lugares, trazendo para junto tudo de nós e dividirei por igual o que do mundo nos temos. Se tiver de ver o mesmo céu que vês e imaginar as latitudes que os pés que passam vão pisando em corações, estarei cada vez mais certo de me deitar no teu peito e flutuar naquele céu daquela noite em que você cochilava. E se cantar as letras confusas de melodias vindouras, um pouco mais feliz ficarei em ouvir pelo viés do encanto da lembrança tua o sorriso-carícia de me saber tão querido. Em recanto de afeto deitado. Assim serei, sou e aceito ser...todo teu.

Marcorelo
Enviado por Marcorelo em 12/12/2012
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