Ausência.

Eu sonhei um sonho confuso

Dizem que sonhos nada são

Apenas disfunção orgânica.

Meus sentidos não sentiam

Meus ouvidos não ouviam

Meus braços não abraçavam

Meus olhos não viam

Nem minha boca falava.

Minhas pernas não andavam

Nem cheiro algum me cheirava

Do meu lado tinha só um vazio

Não era você que estava

Pensei em pensar, mas não pensava.

Não tinha em mim sentido algum

Todavia, uma coisa eu sabia, era noite.

Mais, como sabia eu que noite era?

Ora, se ao meu lado nada se mexia,

Se aos meus olhos tudo era pardo,

Se minhas idéias não se completavam,

Se tudo havia se transformado;

Só uma coisa poderia ter sucedido

Era um sonho, um sonho ruim.

Eu enfim, pude constatar que era noite.

Então se era noite, e eu nada via, nem sentia,

Só podia ser a noite eterna que me visitava.

Por isso, cheguei à esta conclusão:

Era noite, eu sonhava!

Viu que confusão fizeste em minha mente?

Foi isso que senti, ou não senti,

Aquela noite em que tu me deixaste.

Brasília 06/03/2007

Evan do Carmo

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 06/03/2007
Reeditado em 06/03/2007
Código do texto: T402725