Roseira sem rosa
A roseira não quis florir
deitou seu botão para si
matando-o nos próprios espinhos
não se permitindo sorrir.
E eu continuei flutuando
ao seu redor, sonhando,
sonhando com o fim do pesadelo.
Tantas vezes seu botão quis abrir,
sentir liberdade, vida, prazer,
mas a roseira só se fez fugir
da realidade para o falso viver.
Cansado de voar no nada
saí por aí feito livre colibri.
Conheci outras Rosas floridas,
Marias-sem-vergonhas, Margaridas,
e tantas outras flores sem medo
de mostrar do botão o segredo.
Pesado de néctar voltei
próximo da tal roseira triste
e ao meu coração perguntei:
será que ela ainda existe?...